Praia de Aro (Baix Empordà) foi palco no último sábado de um extenso dispositivo de segurança pública conduzido por Mossos d’Esquadra em colaboração com a Polícia Local do município
A operação está enquadrada no plano de adagauma campanha que está sendo desenvolvida em toda a Catalunha para combater o aumento da posse de armas brancas nas vias públicasum problema crescente que preocupa as autoridades.
Durante a apresentação, um total de 49 pessoas foram identificadase eles se levantaram oito atos por diversas violaçõesprincipalmente relacionado ao posse de armas brancas e também para arma de fogo.
A ação em Platja d’Aro é apenas uma delas 250 intervenções agendadas para neste fim de semana dentro do plano Daggerconforme detalhado pelo intendente Xavier Domènech, vice-chefe da Região Policial de Girona. “Esse controle é preventivo e visa localizar armas brancas para garantir que as áreas de uso comum estejam livres delas”, explicou Domènech.
Este tipo de operação, que se intensificou nos últimos meses, é um dos pilares da campanha para reduzir a presença de armas brancas em espaços públicos e evitar que se tornem um perigo para os cidadãos.
Uma operação de longo alcance em toda a região
Da última quinta-feira até segunda-feira, os Mossos d’Esquadra, com o apoio da polícia local, implantaram controles em diferentes pontos dos condados de Gironade áreas de diversão noturna para estações de trem, parques e outros espaços públicos. No caso de Platja d’Aro, o controlo foi efectuado num dos principais artérias da cidadezona de intensa atividade turística e de lazer, sobretudo nos meses de verão.
Conforme relatado por Domènech, oa operação não se limita às grandes cidades. “Cada esquadra escolheu os pontos onde considera mais adequados para realizar os controlos, uma vez que conhece o território e sabe onde é mais provável encontrar armas brancas”, disse o autarca. Esta descentralização no planeamento dos controlos responde à estratégia das forças policiais de actuar especificamente de acordo com as necessidades de cada área.
O plano Daga foi desenvolvido ao longo do ano de 2024 e, de acordo com os dados fornecidos pelos Mossos d’Esquadra, até o mês de agosto, foram recolhidas quase 800 armas brancas só na Delegacia de Girona. Na Catalunha como um todo, o número de armas confiscadas é consideravelmente superior. Domènech confirmou que este número tem continuado a aumentar e que, até Setembro, mais de 900 armas foram confiscadas na demarcação de Girona.
O uso de armas brancas, uma preocupação crescente
O aumento da posse e utilização de armas ligeiras não é um fenómeno isolado ou exclusivo de uma área específica. Em toda a Catalunha, as forças de segurança detectaram um aumento preocupante destes objectos, especialmente em roubos violentos.
“Percebemos que antes os roubos eram cometidos com intimidação, mas ultimamente temos notado um uso mais comum de armas brancas para agravar essa intimidação”, explicou Domènech. Esta mudança no modus operandi dos criminosos foi um dos principais fatores que motivou a criação do plano Dagger.
O uso de armas brancas pode variar dependendo das circunstâncias. Domènech enfatizou que embora objetos como navalhas ou facas sejam as armas mais comuns, outras ferramentas, como chaves de fenda, também podem ser consideradas armas brancas, dependendo do contexto. “Uma chave de fenda pode perfeitamente ser uma ferramenta de trabalho, mas dependendo da situação em que ela estiver, como no bolso de uma pessoa no estacionamento de uma boate, pode ser considerada um objeto perigoso”, destacou.
As características das armas brancas também influenciam sua periculosidade e sua proibição. Navalhas com lâminas maiores que 11 centímetros, bem como as automáticas ou do tipo borboleta, são totalmente proibidas e sua posse acarreta severas penalidades. “Este tipo de armas já são ilegais pelo seu desenho e, no caso de serem encontradas, são sempre confiscadas de imediato e com a correspondente pena”, explicou Domènech.
Um perfil diversificado de porta-armas
Embora inicialmente se possa pensar que os portadores de armas brancas são principalmente criminosos ou pessoas com antecedentes criminais, a realidade é muito mais complexa. Segundo o Intendente Domènech, uma parte importante das pessoas que transportam este tipo de objectos não são criminosos habituais, mas sim cidadãos que o fazem por uma falsa sensação de segurança.
“Muitos acreditam que têm de portar armas para se protegerem de outras pessoas que também portam armas de fogo, mas essa mentalidade é perigosa e é o que estamos a tentar combater com estes controlos”, explicou.
Relativamente ao perfil demográfico, Domènech observou que os homens jovens são os mais propensos a portar armas, mas não existe um padrão claro e definido. “Não temos um perfil padronizado de quem pode portar faca. É verdade que os jovens são quem mais as carrega, mas isso não significa que não possa ser outra pessoa”, disse o superintendente.
Impacto e penalidades
Os Mossos d’Esquadra, em colaboração com a polícia local, esperam que o plano Daga contribua para reduzir significativamente a presença de armas brancas nas vias públicas. “Este dispositivo não visa apenas recolher armas, mas também sensibilizar os cidadãos para o perigo que representam”, declarou Domènech.
Os controlos, que permanecerão activos durante todo o ano, visam criar um espaço público mais seguro, especialmente nas zonas de diversão nocturna, onde são frequentemente detectados mais incidentes envolvendo armas brancas.
As penalidades por porte de armas podem ser bastante altas, com multas iniciais que rondam os 600 euros, de acordo com a Lei 4/2015 de protecção da segurança pública. “Esse valor pode aumentar se a pessoa tiver antecedentes ou se forem detectados circunstâncias agravantes“, especificou Domènech.
A este respeito, as autoridades insistem que não se trata apenas de evitar a sanção financeira, mas de compreender que portar uma faca pode representar um perigo real tanto para quem a usa como para as pessoas que a rodeiam.
Um dispositivo com continuidade
Embora o plano Daga tenha sido intensificado durante os meses de verão, coincidindo com o aumento da população em zonas turísticas, como as regiões de Girona, a campanha permanecerá ativa durante todo o ano. O aumento da população nestas áreas durante o verão leva a um aumento da presença de armas brancas e outros incidentes, o que obrigou as forças de segurança a reforçar os seus dispositivos.
Por último, Domènech quis transmitir uma mensagem de tranquilidade ao público, ao mesmo tempo que pediu compreensão devido ao facto de os controlos poderem causar inconvenientes. “Obviamente que estas verificações podem causar filas e ser inconvenientes, mas são necessárias para garantir a segurança de todos.
Quanto menos armas brancas circularem, melhor para todos”, concluiu. Com a cooperação dos cidadãos e o trabalho constante das forças policiais, as autoridades estão confiantes de que poderão reduzir o uso de armas brancas e garantir um espaço público mais seguro para todos. .