Policiais de Santa Coloma acusados ​​de tráfico de maconha confiscada negam

O três policiais de Santa Coloma de Farners (Selva) acusado de tráfico de maconha negaram as acusaçõesgarantiram que nunca desviaram nenhuma comissão e que a droga foi destruída.

Relativamente à caixa com 3,5 quilos de botões que foi intervencionada em Julho de 2020, disseram que o conteúdo foi posteriormente misturado com alguns sacos onde já havia plantas de marijuana. E em relação às cinco sacolas que teriam sido retiradas da delegacia em setembro, afirmaram que as levaram diretamente para o lixão. Além disso, a polícia e o casal garantiram que alguns nem se conheciam até o caso chegar a julgamento.

Os três policiais apenas responderam às perguntas da defesa para refutar as provas que os incriminam. Ou seja, as conversas telefónicas, as gravações da viatura ou os acompanhamentos feitos pelos agentes da Corregedoria (DAI) que investigavam o caso.

Sobretudo, onde o foco está em dois episódios específicos, em que o cabo e um dos policiais teriam entregado drogas ao outro policial para que ele, por sua vez, os levasse ao casamento (que ficou encarregado de contatar os compradores ). A primeira aconteceu no dia 31 de julho de 2020, quando durante uma entrada e busca em uma casa no Residencial Santa Coloma, foi desmontada uma plantação de maconha e foi levada uma caixa de papelão com 3,5 quilos de botões (que posteriormente desaparecem).

E a segunda aconteceu no dia 2 de setembro, pouco antes das prisões. Naquela manhã, o cabo e o outro policial teriam levado cinco sacos de maconha recém-apreendidos, que estavam guardados em um caminhão estacionado na delegacia que servia de depósito. Segundo o promotor, após substituí-los por outros com drogas podres, para evitar que fossem descobertos, os dois teriam levado a droga fresca para a casa do terceiro policial. E posteriormente, teriam descartado os sacos vazios jogando-os no lixo.

Dos três arguidos, o primeiro a depor foi o cabo. Sobre a primeira comissão, explicou que nem ele nem os outros “perderam” a caixa com 3 quilos e meio de botões, porque toda a droga foi levada para a esquadra. E que isso ficou registrado em ata.

“Problemas de podridão”

O cabo, porém, admitiu, e de fato disse que “todos sabiam”, que a maconha apreendida estava causando muitos problemas na delegacia de Santa Coloma de Farners. Porque além da força que exalava, já que muitas vezes ficava guardada na caixa do caminhão, a droga “poderia facilmente”.

Por isso, explicou que, com certeza, a caixa com botões acabou misturada em sacos com todas as outras plantas envolvidas na casa Residencial Santa Coloma. Sobre os cinco sacos do início de setembro, o cabo garantiu que continham maconha podre e que, após conversar com o chefe da investigação, ele e o segundo agente os levaram para destruir o lixo

“Naquele dia, o caminhão estava cheio até o topo com uma substância verde podre”, disse ele, referindo-se às plantas empilhadas lá dentro. O cabo negou que em algum momento ele e o outro policial tenham passado pela casa do terceiro, e que após saírem da delegacia com o carro sem identificação, tenham ido direto para o lixão (embora ele tenha entrado apenas por um momento). Além disso, garantiu ainda ter conhecimento de que havia câmaras de videovigilância no pátio a gravá-los.

Esqueça a mochila

O segundo agente também manteve a mesma versão. Referindo-se aos 3,5 quilos de botões, explicou que era “habitual” que não se guardasse uma caixa de cartão no camião, porque como a marijuana “tem 90% de água”, assim que pôde, acabou por partir-se.

Ele é acusado de ter levado a caixa apreendida para a casa do terceiro agente na tarde do dia 31 de julho; ou seja, depois que a droga foi levada para a delegacia. O policial, no entanto, negou. Sim, ele admitiu ter ido até lá, mas conforme explicou, o que levou foi uma mochila que havia esquecido no trabalho (porque o outro homem trabalhava no turno da manhã e a havia arrumado mais cedo).

Este policial também confirmou que, no início de setembro, foi ele quem jogou os sacos de maconha podre no lixo (quando o cabo já havia partido para casa). Ele disse que jogou as plantas na lixeira orgânica e depois fez o mesmo com os sacos (no caso, jogando-os na lixeira plástica). “Fomos direto para a lixeira”, reiterou, assegurando que “não é verdade” que tenham passado primeiro pela casa do outro polícia.

Material para a motocicleta

Por fim, o terceiro agente – que atuaria como intermediário junto ao casal acusado – também negou todas as acusações. Durante os acompanhamentos, a DAI o registrou carregando diversas sacolas e uma caixa até a casa do casal. O policial garantiu, porém, que não havia drogas no interior, mas que o que continham era “material para andar de moto”.

Segundo ele explicou, ele e o casal se conheciam há anos e, como não havia espaço na casa, o casal permitiu que ele guardasse a motocicleta na garagem. Ele até afirmou que lhe deram uma chave. Este agente também negou – segundo o Ministério Público – ter feito consultas irregulares na base de dados da polícia. E por último, especificou que a maconha encontrada durante a entrada e busca em sua casa após as prisões era “para uso pessoal”, pois sofria de dores nas costas e fumava a droga o que o relaxava.

Os últimos a depor foram o casal, que durante as buscas a polícia descobriu que tinham uma plantação de maconha em sua casa. O casal admitiu que mantinha relação de amizade com o terceiro policial, mas não com os outros dois. Além disso, em relação às conversas telefônicas onde falavam sobre trocas de maconha e dinheiro, ela garantiu que “em nenhum momento” recebeu algum dinheiro “produto da droga”.

Na verdade, durante os interrogatórios, todos os cinco arguidos negaram ter uma relação estreita entre si. Os policiais se conheciam como colegas de trabalho e o terceiro policial era amigo do casal. Mas, além disso, o cabo disse que só sabia quem era o parceiro do avistamento. E o segundo policial admitiu que, na verdade, a conheceu pessoalmente – após as prisões – e a ela, ainda nesta segunda-feira (quando o caso foi a julgamento).

Amanhã o julgamento entrará na reta final com as conclusões finais e os relatórios das partes. A sessão desta quinta-feira prolongou-se até ao início da tarde porque, durante três horas, foram ouvidas e visualizadas na sala todas as gravações feitas pela Corregedoria (os telefonemas, o sistema de som da viatura e as gravações e vigilância).

Os arguidos enfrentam penas até 12 anos e 9 meses de prisão pelos crimes de pertença a grupo criminoso, contra a saúde pública, roubo continuado e falsificação de documento oficial e descoberta e divulgação de segredos.

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