O inclassificável Alberto Serra (Banyoles, 1975) considera ganhar a Concha d’Or no Festival de Cinema de San Sebastià é um reconhecimento do cinema de autora uma “forma de fazer documentário” que não seja “óbvia, moralista, infantil ou cheia de clichês”.
“Gosto porque é artificial. É muito realista, muito cru e por vezes cómico, com um nível de intimidade muito elevado e em que não há representação possível”, assegurou em declarações à comunicação social após receber o prémio. No entanto, o realizador diz que não é “particularmente fã de documentários” e que escolheu as touradas por ser o mais “radicalmente extravagante” de todos os temas em questão.
O cineasta valoriza a construção “estética, quase barroca” de ‘Tardes de soledad’, com uma perspectiva visual e sonora específica. “É graças ao acesso restrito, íntimo e espetacular que tivemos”, afirma.
Albert Serra comemora a distinção para a equipa de Andrés Roca Rey, porque sem eles “não existiria”. “Sem o acesso extremo e com total inocência que nos deram, não existiria documentário. O mérito foi convencê-los, o resto faz-se por si só”, conclui.