Os pescadores de Palamós já cumprem o novo modelo imposto pela Europa

 

O Confraria de Pescadores de Palamós é mostrado satisfeito com o acordo alcançado com a Comissão Europeia em relação ao redução de atividade. O vice-presidente da confraria, Francesc Benaiges, deixa claro a redução proposta para 27 dias tornou “impossível” continuarmas com o exceções que foram aplicadas explique isso eles não vão notar e continuarão saindo nos mesmos dias do que agora

Benaiges enfatiza que o modelo adotado pela Europa “é o que vem sendo usado há anos” e está sendo aplicado em Palamós e é disponibilizado a outras confrarias que dele necessitem. De Palamós, porém, confiam que haverá uma distribuição de quilos de camarão para cada confraria e que não será global, pois estão preocupados com a redução de 10% proposta pelo acordo.

“Acontece que o modelo de Palamós é o que a Europa quer agora aplicar.” Estas são as palavras do vice-presidente da Guilda dos Pescadores de Palamós, Francesc Benaiges. O barco dele saiu nesta quarta-feira, após a paralisação de dois dias, para pescar camarão. Fê-lo, como os restantes pescadores da confraria, com uma rede leve de tamanho 50, o tamanho específico que marca a Europa e que contempla o acordo alcançado. Os barcos Palamós trabalham há anos com estas redes – 45 no caso dos peixes – e com portas que não “aram o fundo do mar”, mas transportam sensores que evitam a fricção.

A aplicação destas medidas, juntamente com outras que também estão a implementar, faz com que os pescadores de Palamós tenham como certo que continuarão a pescar entre 130 e 160 dias, como até agora. Benaiges reconhece que a redução para 27 dias por ano inicialmente proposta teria sido “completamente inviável” e, por isso, apoiou a paralisação.

Com o acordo, porém, eles ficam satisfeitos e ressaltam que é um modelo que “funciona”. Benaiges reconhece que “não deve ser fácil” para os restantes barcos de outras irmandades aplicarem repentinamente estas medidas e deixarem claro que estão à disposição “para quem precisar”.

O vice-presidente da confraria explica que “em caso algum” teriam aplicado o modelo quando começaram a implementá-lo em 2013 e foi consolidado em 2018 se não tivesse sido eficaz. Desde então, Benaiges assegura que os barcos “melhoraram os números” e ao mesmo tempo assegura que “o fundo do mar não está a ser danificado como a Europa afirma”.

Na verdade, agora em Palamós vão mais longe e tentarão usar uma rede com largura superior a 55 e assim deixar escapar os camarões mais pequenos. “Se funcionar, temos certeza de que vamos usar. Não se destrói fundo e pesca camarão. O que mais você quer”, questiona.

Porém, a única preocupação de Benaiges é que o acordo contemple uma redução de 10% na pesca do camarão. Neste sentido, confia que serão estabelecidas quotas máximas de pesca para cada confraria e não um valor global. Isto permitiria “gerir” os quilos que cada irmandade apanha e não depender de quem trabalha noutros pontos do Mediterrâneo.

O resto, contra

O caso de Palamós, porém, é “único” na costa de Girona e na Catalunha em geral. A este respeito, o presidente da Federação Nacional Catalã das Guildas de Pescadores e Girona, Antoni Abad, considera que se trata de um “mau acordo” porque assume uma série de medidas “do dia a dia”. “Apesar de boa parte das doze medidas já estarem a ser cumpridas, é muito difícil aplicar todas elas no curto prazo”, refere o comunicado.

Um dos exemplos é Blanes que considera que o que a Comissão Europeia lhes oferece é “esmola”. Neste sentido, o principal patrono da Guilda dos Pescadores de Blanes, Ferran Martínez, argumenta que as despesas que serão efectuadas com os barcos “são muito importantes” e dá como certo que muitos não poderão continuar a trabalhar.

“O que vai acontecer é que muitos terão de desistir. Não concordamos com o que foi assinado pelos ministros em Bruxelas e não descartamos tomar medidas de protesto mais duras do que as que fizemos até agora”, aponta.

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